20 de dezembro de 2013

Tedros...O Príncipe da luz

Ilustração Dulce Guarda

Tedros vivia com a sua tribo em terras da Etiópia. Um vale encantador e verdejante de África.

Tedros, antes de ir levar o gado a beber água, gostava de adornar-se.
O ritual dos adornos e das cores, aproximava-o mais dos seus antepassados e dos espíritos bons da Mãe Terra. O seu irmão arco-íris fascinava-o e as suas cores protegiam-no do mal.

Certo dia, seu pai viajou com os seus homens guerreiros, até às montanhas, liderando a caravana. Uma viagem longa e distante até à cidade para vender gado e peças de barro que na sua aldeia tribal, homens, mulheres e crianças produziam.

Durante a ausência do pai, Tedros sentiu a responsabilidade de proteger a sua aldeia, mulheres, crianças e anciãos, pois quase todos os homens tinham partido. Assim, ficava todas as noites de vigia ao gado, aos ataques de felinos como leoas, chitas e também hienas incomodativas com o seu latir sarcástico.

A lua adormecera naquele dia, e a escuridão da noite cobria todo o vale.
Tedros pouco via a um palmo dos seus olhos gigantes e os seus lábios absorviam o calor seco e a poeira pacata que se soltava do chão com o vento alisio que por vezes passava.

Dada a escassez de água, os animais selvagens, aproximavam-se cada vez mais da aldeia e do rebanho de cabras. A dada altura, um jovem leão, de juba pouco farta, mas gigante de tamanho, preparava uma emboscada por detrás das acácias e mimosas secas do vento e sol tórridos.
Esfomeado e sem parceira para lhe oferecer a caça, avançava em passadas silenciosas e estratégicas até à presa eleita. E a sua presa era tão-somente, a tribo deTedros.

Tedros adormecido junto a um arbusto, desperta com um bafo quente e respiração ofegante de fome. Não percebia se sonhava ou se era um leão que o saboreava antes mesmo de o devorar.

De repente, um rugido pronunciava o destino de Tedros...Acabar na barriga de um leão.

Tedros, de olhos vidrados e sem conseguir gritar, implora a misericórdia de Deus pela sua alma, quando da sua cara,  brotam feixes de luz branca, cada vez mais intensos, e mais e mais, desenhando à sua volta um halo, um anel de luz, tal como a sua irmã lua.

Amedrontado, o leão recua,  hipnotizado com a Luz que rodeava Tedros.

Tedros, era um presente de Deus, enviado para uma aldeia que um dia iria ficar desprotegida, como filho de um rei tribal em terras da Etiópia, que perante um prova de morte, ganhou vida eterna. E por isso, em toda a África, recorda-se o "Príncipe da luz" pintando as suas faces, para recordar a alegria, a presença e a protecção de Deus.


19 de dezembro de 2013

Riscos

Ilustração Dulce Guarda
Ontem a navegar pelas páginas do facebook, deparei-me com uma foto que provocou aquela reacção de formigueiro nos dedos. Toca a riscar!!

E o maior prazer é riscar e ao mesmo tempo, lembrar-me das aventuras que vivi, por entre os montados de sobreiros na lezíria ribatejana e alentejo, a pé ou num mercedes branco que se afogava nas crateras escavadas na terra, que este imponente animal faz, para procurar o fresco ou simplesmente para afastar as moscas e roçar-se a limpar o pêlo.

É MAGESTOSO, LINDO ver e estar na presença de touros em manada e em campo aberto...
É um quadro vivo cheio de poesia. Mas fugir o mais que se puder, se um deles estiver sozinho e com os olhos fixos em nós. Eheheheh


17 de dezembro de 2013

Acaso

Ilustração Dulce Guarda

Já estão na rua, mais uns riscos!
A simpatia interactiva das pessoas e os seus sorrisos reflectidos em feedback, são sem dúvida um alimento para a alma e o incentivo para continuar.

Optei por não divulgar esta mini-exposição informal, onde nestas 4# semanas de exposição, tentarei colocar uma nova ilustração todas as semanas.

Vou deixar as pessoas descobrirem-me por um Acaso. 

Nada acontece por acaso. 

Tudo acontece de forma cadenciada, tal como o mar; Umas vezes sereno, calmo e cálido, e outras, revolto, destruidor e gélido. Tudo tem um propósito, por muito indecifrável pareça. Peço ao Universo, que mantenha no meu caminho o Acaso daquelas pessoas Especiais e Inesquecíveis. Pois a felicidade está em pequenos gestos e em pequenos momentos. 

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On line no Facebook todos os riscos, ilustrações,...


5 de dezembro de 2013

♥ Magali ♥

Hoje, apeteceu-me riscar a minha adorável frenchie Magali.
Amanhã, talvez, imagine uma fábula e espero acabar esta noite o que comecei na minha hora de almoço.
Mais uma ilustração para a próxima exposição que será em breve.





Amanhã, espero partilhar o resultado final!


2 de dezembro de 2013

Kumiko, onde estás?!

Ilustração Dulce Guarda

Kumiko, onde estás?!

Kumiko gostava de ir até às margens do rio, deitar-se perto do leito e olhar para o céu e imaginar animais fantásticos que se formavam com o tufar das nuvens brancas no azul cândido e brilhante.

Depois da escola e do trabalho no campo com sua mãe, vestia o kimono mais simples e lá ia saltitante, por entre o verde e os rasgos de terra castanha que separavam os arrozais.  A água fresca e o verde por debaixo dos seus pés, moldavam a ideia para descobrir algo novo todos os dias.
Certo dia, quando brincava com os reflexos da água do rio, reparou que por entre as largas folhas e flores dos nenúfares e o fundo negro da água, raios solares se enrolavam entre si; Parecia até que o rei sol, tinha-se mudado para dentro do rio.
Kumiko, curiosa, aproxima a sua face de porcelana, sobre o espelho da água, quando de lá de dentro, salta algo que a deixa aterrada de medo.  Era uma carpa!  

- Não tenhas medo! - Disse a carpa.
- Tu falas? - Respondeu Kumiko admirada.
- Claro que falo! E vejo-te brincar aqui todos os dias. Vim parar a este rio, na corrente da monção de Agosto e por aqui fiquei, porque me encantei por uma menina de eterna beleza. Tu! - Argumentou a carpa.
Kumiko estava impávida e serena a ouvir a gigantesca carpa. Gostava do que ouvia e do que via.
- E como te chamas? - Pergunta Kumiko
- Apenas Carpa - respondeu o peixe.
- Então serás a Carpa Dourada - disse Kumiko feliz.

Os dias passavam e em todos os dias, as duas amigas apareciam uma à outra e ficavam a conversar até perderem a noção das horas.
Kumiko era uma menina que tinha um forte desejo. Tinha nascido no campo, adorava a sua família, mas queria estudar, queria sair da sua casa de madeira e biombos de papel de arroz, conhecer o mundo.
Os anos passavam, muitas Primaveras floriram e os flocos de pétalas dos pessegueiros salpicavam as margens. E Kumiko crescia  na companhia e na sabedoria da Carpa Dourada.
A Carpa Dourada conhecia o desejo de Kumiko em partir. Mas sabia também do obstáculo da sua família, que pouco abastada, punha fim ao sonho da sua menina.
Passavam-se os dias e Kumiko continuava determinada em ir atrás de conhecimento.
Foi então que a Carpa Dourada, fazendo jus ao seu tamanho, se ofereceu para ajudar.

- Vais ao palácio do rei e dizes-lhe que tens a maior carpa de todos os rios da China e em troca, pedes ajuda para aprenderes o ofício que tanto desejas. - Disse a carpa a Kumiko.
- Mas se eu contar ao rei da tua existência, virão buscar-te do rio amarelo, da tua casa! – Exclamou Kumiko triste.
- Vai e faz o que te digo. – Retorquiu a carpa.

Numa tarde de Verão, Kumiko leva o imperador e os seus serviçais até ao rio onde a Carpa Dourada aguardava majestosamente o seu novo dono, de bigodes encaracolados, de escamas reluzentes ao sol, que nem pepita de ouro.
E assim aconteceu...
A Carpa Dourada trocara a sua liberdade, pelo sonho de Kumiko, que crescera no desejo de partir e estudar.
A magia superava a dificuldade!
Agora, num novo jardim, num lago imperial, habitava uma carpa. A Carpa Dourada!
E todos os dias, a Carpa Dourada, olhava o céu, e as nuvens que passavam com o vento e murmurava para si mesma:
- Na vida longa, encontrei a perseverança de uma jóia rara.

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!Mais uma fabula bistrô!