13 de maio de 2014

Pergunto eu...Azeite e Água fundem-se?



Tal como o "Azeite" e a "Água" - Impossível fundirem-se!
Assim foi, ontem, na RTP1, no programa "Prós e Contras" com o debate sobre a Festa Brava.
O tema abordava o toiro, ou o "boi", (como alguém apelidou, que é o mesmo que chamar zebra a um cavalo), as touradas e o que está associado.

Em tempos, conheci e vivi o mundo integral do Touro Bravo; Animal de porte imponente, de grande nobreza e bravura inata.
Nasci e cresci numa terra que vive da Lezíria Ribatejana. Tenho amigos e conhecidos que fazem do Touro a sua vida e com que alimentam a sua prol, as suas famílias.  
Por isso, foi difícil ficar indiferente. E sem querer ferir susceptibilidades, ainda tenho a liberdade de ter opinião e registar no  meu blog.  

Aquele estúdio de televisão aqueceu com os argumentos de ambas as facções - Taurinos e Anti-Taurinos. 
As pessoas insurgiram-se umas com as outras, atacaram-se, trocaram palavras de arrogância... Confesso, que em algumas argumentações e testemunhos, fiquei boquiaberta com a ignorância cultural e fóbica de alguns intervenientes e ainda outros, comédias com braços e pernas.

O que é real, é que nada é perfeito e o mundo cada vez mais agoniza com tanta falta de respeito mútuo.  Vivemos no mesmo planeta e todos diferentes, todos iguais - Tolerância, caramba!
Desde que o mundo é mundo, nunca houve um consenso geral. Impossível agradar a gregos e a troianos. E refiro-me às raças, à política, à religião, à cultura de cada povo.
Portugal é das nações mais antigas da velha Europa, com identidade, tradição e cultura próprias, e por essas raízes e herança secular, os defensores e intervenientes da Festa Brava são chamados de assassinos, bárbaros...?

Depois a ligação do ser vegetariano com o não tratar mal os animais! Por vezes, imagino as alfaces com olhos arregalados a gritar: "- não, não me arranques da terra para a salada!"
Utopia e radicalismo à mistura.  

E o mundo sabe que há trabalho infantil, racismo, que há pedofilia, que há clubes miseráveis de podridão e escravatura sexual, maus tratos humanos, exploração desenfreada da natureza, políticos corruptos que minam e arrasam sociedades, abusos e assédios, fugas ao fisco de quem tem muito e quer ainda mais, animais usados em experiências, impunidade da justiça, pobres cada vez mais pobres, ricos cada vez mais ricos à custa de outros, liberalização de armas, centrais nucleares, escravidão, tráfico humano e de droga, os milhões no futebol, ao invés de serem investidos na saúde, nas escolas, em casas de repouso para os que trabalharam anos e que merecem um Outono de vida com dignidade, filmes e novelas em horário nobre nos canais televisivos que incentivam ao ódio e a maus exemplos, "máfia" nas catacumbas e Lojas por esse mundo onde controlam governos supostamente democráticos, Constituições (no nosso caso, republicana) ditas democráticas que têm tudo menos liberdade e democracia, entre coisas mais.

E por isto? Onde estão as minorias defensoras dos desprotegidos ou as leis penalizadoras dos altos responsáveis mundiais? O que fazem? Alguém se insurge?! NÃO! 
E depois, aparecem grupos preocupados, com causas como o término da Festa Brava, algo que está registado no ADN dos portugueses. Para grandes causas, grandes efeitos...Será esta uma pseudo-grande causa, para ter o enorme efeito de acabarem com o Toiro e o seu mundo?

Tudo isto, para uns é normal, para outros, impensável e para outros, tanto faz!
O que falta mesmo, é o RESPEITO, a TOLERÂNCIA, a VERDADE...

Alguns anti falam com tamanha revolta, que o ideal da picaria, seria inverter os papéis; Aficionado seria o touro e o touro seria o que cravava as famigeradas bandarilhas no costado humano. Sabemos que isso é utopia, síndrome da disney, fuga à realidade. Não é por aí a defesa da causa. Nem tão pouco, atribuir à ONU o poder de se insurgir contra a nossa cultura.  
Será que estamos a passar um atestado de incompetência a nós próprios? Chegámos ao ponto de perdermos a nossa identidade e domínio nacional?

Os taurinos, usam a palavra cultura e tradição em sua defesa e a argumentação de que o toiro não sofre. Estudos científicos, provam que o toiro, durante a lide não sofre. No entanto, depois de ser lidado, são-lhe retiradas as bandarilhas. É como uma tareia tamanha ou queda...dói depois que esfria. Era preferível uma morte digna e rápida, do que o regresso aos curros ou o seu transporte, feridos.  

Os anti, são repetitivos, subversivos, teatrais e perdem a força de argumentação por não empregarem os termos correctos na defesa do ideal (“marradas”, “chifres”, “boi”, “espetar”, são alguns dos termos).
A dialéctica de uma causa, para ser forte e credível, necessita de termos condignos e um conhecimento científico e  histórico-social geral, neste caso, sobre a tauromaquia.
E tão desumano é perceber o jubilo de alegria dos anti, quando alguma personagem taurina sofre um acidente ou quando erra em arena (cornadas ou percalços na vida).  

Caracterizando as duas facções: 
- O taurino defende as Corridas de Touros, não quer deixar morrer o Touro Bravo, o Cavalo Lusitano de carácter toureiro, o Toureiro, o Cavaleiro, o Forcado e o Campino, o Sastre, o Artesão, como o embolador... e defende um ecossistema ímpar em redor do habitat do rei Taurus, tal como o equilíbrio na biodiversidade de espécies na lezíria ribatejana, nas planicíes e montados alentejanos ou por terras de Portugal insular - Ilha Terceira, já para não falar da importância sócio-económica.
- O anti-taurino, supostamente defende o touro e o cavalo, preocupa-se com o impacto psicológico bárbaro nas crianças (não será pior a violência nos estádios de futebol, os jogos diabólicos para as consolas...?) e é a voz das duas personagens que não podem expressar o incómodo do convite para a festa.  

Por isso, e porque nunca se vai chegar a um veredicto final que satisfaça as duas facções, o ideal seria fomentar a TOLERÂNCIA. É difícil, pois é, mas só há um planeta habitável, com povos e culturas díspares.  
Ah...se alguém conhecer o planeta "Paz e Amor" digam-me, porque eu mudo-me de malas e bagagens para lá!
Seria bom desenvolver o poder de argumentação de cada um, sem raiva, frustrações e mal dizer.
Ódio gera mais ódio! 

Enfim...Fé e Esperança que haja um dia divino, em que pontos de exclamação, reticências e interrogação, transformem-se num ponto final. 

Mas "Azeite" e "Água" fundirem-se? 
Quem sabe um dia. Que é o mesmo que dizer... Nunca!

Dulce Guarda


12 de maio de 2014

Campo e Tapas...


Considero-me uma mulher de grandes paixões e mais um fim de semana vivi, entre algumas das preferidas; Amo sentir aquele frio e o borboletear na barriga com pequenas e simples coisas.
O final de tarde de sexta-feira, terminou com a visita surpresa de um amigo. Aquele amigo que acompanha-me sempre e, não consigo ler e viver o guião da minha vida sem ele. Na esplanada preferida da vila, saboreámos uma tosta deliciosa e sintonizámos os nossos GPS, sabendo como ia a vida de cada um.
A tarde de Sábado foi muito boa e o meu cavaleiro de palmo e meio, cresce em cima do cavalo Pico. Sou uma mãe babada e gosto de perceber que o Martim, nasceu com a minha mesma paixão pelo mundo do campo e seus personagens. E matei a saudade de uma aula de volteio. Adoro "acrobacias" em cima de um cavalo.
Para além disso, o vínculo com cavalos é uma excelente terapia para ganhar confiança, equilíbrio,  enfrentar os desafios da vida, corrigir postura, combater a ansiedade...  
VISEU...um Garrano genuinamente português

Domingo... Dia da família, divagar na cozinha, tapear e reunir com os amigos, conciliando o convívio com reunião de trabalho.
E hoje...a minha menina Magali faz dois anos de idade! Que seria de mim sem as suas lambidelas, os seus olhos e orelhas grandes, o seu coto que se agita no topo do rabo quando está feliz, o seu carinho quando aninha-se no meu colo... É parte da família e não sei o que seria viver sem ela! Vai haver festinha, hoje.
Partilho algumas das receitas dos pinchos que fiz, acompanhados por umas canhas frescas, revigorantes e em excelente companhia. 



Pincho Presunto Bolota e pasta de tomate

presunto 
pasta de tomate
pão baguete cozido a lenha
azeite virgem

pasta de tomate: 2# tomates maduros, pelado e sem sementes. Cortar o tomate e deixá-lo estufar no azeite virgem, temperado com azeite e sal marinho a gosto, 1# alho picado e pimenta. Depois de estufado, reduzi-lo com a varinha mágica, até ficar homogéneo, tipo pasta. 

Barrar a fatia da baguete com a pasta, já pincelada previamente com um pouco de azeite virgem, e colocar uma fatia de presunto. Pode colocar uma folha de rucula (facultativo).



Pincho Pimento Padrão com Chévre

queijo chévre
15 pimentos padrão
azeite virgem
cominhos q.b
sal marinho q.b
oregãos

Colocar numa frigideira anti-aderente, o azeite. De seguida os pimentos, os cominhos e sal marinho.
Envolver os pimentos e cozinhá-los até ficarem al dente.
Numa travessa de ir ao forno, fazer uma cama com os pimentos e colocar o queijo chévre por cima dos mesmos, oregãos e mais um pouco de azeite e cozinhar a 180º até o queijo alourar.
Barrar uma fatia de pão com a mistura e um pimento padrão em cima.


Ovos frescos com alheira de caça, cogumelos em cama de açorda d'alho

1/2 alheira de caça
6 cogumelos frescos pequenos
alho em pó q.b
6 ovos 
1 colher de sopa de natas
pimenta preta
sal marinho q.b

Num recipiente, junte a alheira em bocados pequenos, os cogumelos aos cubos, o alho em pó e frite ligeiramente em azeite virgem. Junte os ovos inteiros, as natas, pimenta e sal e envolva esta mistura nos ingredientes anteriores.

açorda d'alho: com o que sobrar das baguetes (aproveito as pontas), cortar bem fino o pão. Entretanto, aqueça 3,5dl de água com 2 alhos fatiados, azeite aromatizado e sal. Quando ferver, juntar o pão cortado e envolver até ficar no ponto. Se necessário, juntar água ao preparado da açorda.

Numa tijelinha de barro, coloque a açorda e os ovos por cima.

Boas tapas