19 de novembro de 2012

Pergunto eu... Ética Marcial em Portugal, existe?


Tenho tentado evitar pronunciar-me e estas palavras exalam a testemunho e também como um alerta de consciência para quem se propõe à prática que abordo neste texto.

Sempre gostei de desafiar-me, de superar-me.
Há vinte anos pratiquei uma actividade que na condição de mulher seria impensável, mas fi-lo com tamanha paixão que na altura fui bem aceite e respeitada. Um mundo que hoje, interajo como acessora de imprensa e mantenho verdadeira amizade com alguém de lá, com quem estou e está ao meu lado, nos bons momentos e nos menos bons.

Com o passar dos anos, a necessidade de adrenalina, de desafio, de auto-superação continuaram (e continuam) presentes na minha personalidade...como água para matar a sede.
Infelizmente, a decisão tomada... É certo que não nos devemos arrepender de nada. Faz parte do aprendizado e crescimento! Mas neste caso, foi uma luta desigual.

Entrei no tatami! Entrei no Dojo em corpo e mente.
Conheci uma filosofia quase perfeita! (não fosse ela criada por homens).
Propus-me conhecer a senda marcial e mais uma vez entreguei-me de corpo e alma, como tudo o que faço na vida.
Conheci novas pessoas, abri a porta ao convívio.

Interiorizei o espírito marcial e dediquei-me 4h.30m por semana de treino com afinco e muita energia e a participar em eventos. A entrega foi tamanha, que mesmo com lesões estava lá...OSS!
Mas não foram as lesões físicas que deixaram marcas ou abalaram a continuidade!

Em Portugal não encontrei na minha pesquisa um Código de Ética  dos Profissionais de Artes Marciais, mas no Brasil, tive conhecimento que alguém o criou e passo a citar:


                    OBJECTIVOS
1)O Presente Código de Ética dos Profissionais em Artes Marciais, de agora em diante denominado somente de CÓDIGO DE ÉTICA, pretende estabelecer princípios Éticos, para o bom desenvolvimento do Profissional da marcialidade. Possibilitando-os assim zelar pelo bom nome desta classe profissional.  
2)Definir as normas de condutas para os profissionais das artes marciais em relação aos seus colegas e demais profissionais relacionados,direto ou indiretamente,com os mesmos. 
3)Alertar o profissional das diversas artes marciais,independente de estilo ou modalidade, sobre o seu papel enquanto educador e promotor da saúde como um todo.Mostrando-os a importância do seu papel Social. 
4)Orientar os profissionais das artes marciais sobre o compromisso com o seu cliente. 
 COMPROMISSOS E RESPONSABILIDADES 
5)É dever dos profissionais das artes marciais possibilitar para todos os seres humanos um completo equilíbrio somático, mental e espiritual(PSICOBIOESPIRITUAL) 
6)O profissional das artes marciais deve ter como função básica na sua vida a EPISTEMIFILIA, ou seja “Amor ao Conhecimento” .Estando sempre aberto para o estudo, a pesquisa e o aprofundamento sobre os diversos saberes. Policiando-se sempre para evitar se posicionar como o “dono da verdade”, algo que afasta qualquer pessoa do constante e importante processo de atualização e aprendizagem.

7) O profissional das artes marciais deve trabalhar perante o seu cliente e outros mais com uma postura cuja abordagem venha abranger o corpo, a mente e a parte energética (espiritual). Abordando sempre os aspectos globais (holísticos) do cliente. Vendo-o como um todo e jamais como partes.
Jamais se apresentar como graduado em Educação Física ou afim,sem possuir esta titulação.
Pagar regularmente todos os impostos e afins exigidos legalmente.
Jamais fazer usos de roupas e vestimentas que levem o cliente ao estimulo sexual. Sempre denunciar aos órgãos competentes quaisquer atitudes de outros profissionais que estão prejudicando os clientes....

Impedir ou denunciar aos órgãos competentes qualquer profissional das artes marciais que tenha comportamento que não sejam éticos e que venha a criar problemas para a dignidade da classe profissional....
Cabe ao profissional das artes marciais emitir recibos e/ou nota fiscal dos honorários recebidos sempre que o cliente solicitar...
Utilizar ou divulgar técnicas marciais com fins de prostituição ou outras atividades ilícitas e de caráter moral duvidoso....
Cabe a todos aqueles profissionais das artes marciais que querem prestar um bom serviço para a sociedade tentar seguir estas regras simples e objetivas apresentadas neste CODIGO DE ETICA DOS PROFISSIONAIS EM ARTES MARCIAIS

Seria perfeito seguir estas regras... 

Seria perfeito profissionais e praticantes reconhecerem e respeitar as regras éticas e não ficarem limitados apenas ao conhecimento do seu cinto e história/filosofia marcial da sua modalidade. 
Praticar uma arte marcial, é muito mais que um treino de defesa pessoal; é desenvolvimento da mente e do espírito; é sinceridade, respeito, tolerância, humildade...Estas são as condutas essenciais para os praticantes.



Se iniciar uma arte marcial, tenha em atenção qualquer sinal que induza a algo estranho, que suscite alerta e desconfiança ou, algo anormal no código de ética ou moral da boa conduta social do ser humano.

Falo com um Mestre, reconhecido internacionalmente, que tentou a minha reaproximação marcial, não da que praticava, mas para continuar na caminhada, mas o que testemunhei e vivi, abalou os alicerces da minha existência com saúde e quero viver na paz e manter-me saudável junto de quem gosto e afastar-me do que aprisiona e qualquer alusão ao assunto, cai em descrédito.

Tive uma experiência obscura mas não generalizo. Apesar de tudo, ainda há boa índole!

Se pratica alguma modalidade marcial, entregue-se com paixão mas...

não se deixe levar pelo que o outro procura.
Seja fiel a si mesmo.
  

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