28 de julho de 2014

Água, Sol, Amigos... Lifestyle


Qual a melhor forma de celebrar a vida?

Água, sol e amigos, numa esplanada a comemorar o simples facto de podermos estar juntos a saborear os momentos que ela proporciona... e umas compras nos saldos, sabe sempre bem para mimar o ego vaidoso, principalmente quando encontramos aquelas peças que dão para a estação que se segue a metade do preço.
E este blogue, está prestes a ir de férias. 
Pode ser que o transforme num diário de bordo insular, com partilha de fotos, descobertas e sugestões deste Portugal no meio do Atlântico.

Até lá,  um brinde à vida, à água, ao sol e à desgraça dos nossos inimigos! Ehehehe



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O sabor da vida, depende de quem a tempera. Elanklever

21 de julho de 2014

Histórias (i)reais... Shaka!


A manhã promete...Acordo com o feeling de ser um dia brutal. As ondas despertam que nem bombas de alto astral e o vento com energia onshore.
Apressado, voo pelas escadas directo à minha quiver escolher a prancha do dia. Escolho duas. Arrumo o wax, uma sweat na mochila, enfio um gorro e os ténis e esqueço tudo ao meu redor, pois não há nada melhor que um dia de surf não cure.
Completamente extasiado, atiro-me na areia deserta. Sinto as minhas costas colarem-se na areia molhada. Olho o céu límpido de um azul transparente, repleto de pontos brilhantes e irrequietos que brincam com a minha íris. Ouço o meu coração acelerado, os meus pés estão engelhados e mesmo com um 4.3 sinto o corpo gelado. Mas o que interessa isso. Meros pormenores.
Dispo a minha segunda pele de tubarão até à cintura, enfio o bico na areia e encosto-me à rocha dos perceves da baixa-mar, e converso com a minha sereia encantada, envolto pelo perfume de iodo que emana do fumo das ondas que morrem em espuma na areia.
Ela canta-me ao ouvido, sabiam? Dizem que o canto da sereia encanta e engana. Será mesmo assim?
A vida tem estranhas formas, tal como o verso fadado, “estranha forma de vida”. E tal como a sereia, encanta e engana.
É no mar que entranho as coisas estranhas que ela me mostra. Por vezes acho que preciso de algo que a vida não me dá e, em contra partida, não preciso do que penso precisar. Será que a vida brinca comigo?
Brinca, brinca muito a sério, e as suas personagens brincam, nós brincamos uns com os outros, com quem mais gostamos e admiramos e com quem nada acrescenta.
A minha sereia conta-me histórias, muitas histórias de piratas, de conquistadores, de príncipes e aventureiros...histórias que continuam vivas tal como o peso de âncoras seculares afundadas com essas mesmas histórias. E no canto doce e encantador ouço os sentimentos de quem também ouviu o prazer e a decepção, os risos da felicidade e o choro queixoso, a raridade de sentimentos bons e o incondicional inesquecível, a palavra amo-te e odeio-te, a cobrança e o julgamento versus incentivo e coragem, as paixões avassaladoras, as cicatrizes a sarar, a música que narra esperanças e emoções, o que damos à vida e o que a vida nos dá...
E afinal, o que é esta melodia quase angelical que ecoa por entre os mares e nos seduz? Esta estranha forma de vida é simplesmente o eco do canto racional da sereia, sofredor e mortal.
Surge na linha do horizonte, o set que por tanto esperava. Sou um big rider, sou um lutador.
Enfio-me no meu fato negro, pego-me à prancha e mergulho no sentido da minha vida, que só eu estranho e entranho. I am a free surfer. SHAKA. Shaka!  

(tradução de shaka – "está tudo bem")


Dulce Madalena Guarda 

14 de julho de 2014

Street Art


"Arte urbana, urbanografia ou street art é a expressão que se refere a manifestações artísticas desenvolvidas no espaço público, distinguindo-se da manifestação de caráter institucional ou empresarial, bem como do mero vandalismo." in Wikipédia


E os meus pés levaram-me até onde?
Adoro andar descalça e sentir a erva fresca num dia de calor. Energiza-me completamente. 
Enquanto andava pela relva, a minha objectiva captou estas manifestações urbanas, as quais admirei e passa a ser uma das novas rubricas do blogue - Arte urbana - e as suas mais diversas manifestações da alma de cada artista.


Boa semana!

9 de julho de 2014

Histórias (i)reais... Eu não sou quem pensas!


Eu não sou quem pensas e tu, quem pensas que és para pensares que me conheces?
Tu não sabes quem sou, você não me conhece, poucos desvendam a minha casta.
Há quem pense que sim, mas desengane-se, pois está completamente, redondamente baralhado.
Há quem pense que me está próximo, pois “des” pense, pois está inteiramente OUT.
Contam-se pelos anéis da mão, quem chega à minha derme. Certo que a minha morada corporal atrai pessoas, mas poucas entram na minha morada sentimental.
Ganhei por factos, a predisposição para me proteger. Até diria mais, tornou-se um hábito e, as redes sociais, lobos com pele de cordeiro, somaram aos pontos este comportamento.
E para quem está aí, que me vê na rua, que me espia, que alimenta e cria histórias a meu respeito... por certo, de encantador não tenho nada, não conhece o verdadeiro eu que habita em mim, pois então. E também não tem nada que conhecer, afinal é humano(a) e a imperfeição é dos humanos e deles, pode-se esperar de tudo um pouco.
E porque hoje acordei agarrado à almofada do temperamento da sinceridade e porque me apetece, vou contar-me.
Gosto de estabilidade que dura, mas não gosto de estabilidade rotineira.
Gosto de ter surtos de loucura boa.
Gosto de correr atrás pelo que me desafia.
Gosto de abrir mão do que aprisiona.
Gosto de pedras preciosas que embelezam a alegria.
Gosto de ser instável quando tenho de o ser.
Gosto de sentir os olhos ganharem luz e vida quando estou feliz.
Gosto de conjugar os verbos partilhar, saborear, beber, observar, amar, viver, na primeira pessoa do plural.
Gosto de dar o melhor de mim em tudo o que faço. (Péssimo hábito!)
Gosto de rir e da sensação de não poder rir quando mais apetece.
Gosto de saber ouvir e arrumar as histórias onde elas pedem para estar.
Gosto em cada ano que passa, dedicar-me a “limpar a casa” pois à medida que o tempo passa no calendário, acumulam-se fardos de cotão colocados no caminho por outros, na tentativa de aliviarem os seus próprios fardos. Quando deixamos corromperem o melhor de nós, tornamo-nos iguais, por isso, a única solução é dispensar palavras que nada acrescentam, assim como pessoas, que se iludem na tentativa frustrada de ferirem a melhor parte da nossa casta.
E é por isso, escandalosamente assim, que sou diferente de tudo o que possa imaginar e pensar que me conhece.
Não sou nenhum adjectivo maravilhoso, resplandecente de ser o mais bonito, de QI supra e nem me interessa.
Afinal eu sou tudo e nada que seja comum e que exista. 
Não tenha grande expectativa, pois nem eu demonstro ter expectativa de mim próprio, pois não acho graça alguma em desvendar-me.
Mudo cenários, mudo enredos, e a minha personagem reage de acordo com a história, e por vezes, com improvisação.
Se pensa que me conhece, esqueça qualquer conceito estruturado sobre mim, pois eu sou um mistério que até os deuses deviam deslindar.


Dulce Madalena Guarda 

7 de julho de 2014

Pergunto eu... O que é Paixão? O que é Amor?


Gosto de perder-me nas horas a falar com um amigo que é psicólogo. Falamos de inúmeras situações da vida, como cada um a vive e analisamos as muitas vidas.
Umas regem-se por um padrão socialmente correcto, outras vidas são vividas sob a aparência, outras vidas são vividas de engano, outras vidas vividas da forma como cada um assim deseja, pensa que é melhor ou, da forma como é feliz.

Segundo ele, começamos a viver a partir dos quarenta anos e também, quando saímos da nossa zona de conforto e arriscamos na procura da nossa felicidade.
Nas nossas conversas, geralmente algo de novo marca presença no cardápio do dia, como por exemplo, perceber as pessoas, os seus meios para atingir os fins, as suas relações...e tanto mais. São os benefícios de ter um amigo com a especialidade de psicologia.
Num dos nossos diálogos, explicou-me cientificamente, a diferença entre paixão e amor. É como se comparássemos palavras e sentimentos, adolescência e idade adulta, fruta verde e madura, de anos com data de validade e anos com o cunho de sabedoria e por aí adiante.

E afinal, o que é paixão e o que é amor?
Quando oiço uma miúda a dizer ao namorado, depois de se conhecerem a um par de dias – "amo-te" – fico a pensar como pode?
Como pode uma relação de meses ou alguns anos, ser resumida num amo-te, sem viver os contratempos típicos de uma vida a dois, as dificuldades, os percalços, as alegrias e as tristezas, os anos em comum de partilha...
Como pode uma relação de meses ou alguns anos criar laços, vínculos para que a palavra “amo-te” possa ser verbalizada?
Passou a ser banal dizer “amo-te” e talvez por isso, algumas relações são cada vez mais cruas e menos genuínas.

Na minha modesta análise, paixão é o que sentimos quando iniciamos uma relação e perdura num tempo limitado. É um sentimento desmedido regido por ordenações vindas de um coração deslumbrado, de vontades loucas, de clichés feitos... e quando saudável, dá coragem e entrega, é e dá vida, “é fogo que arde sem se ver” que depois de ardido, restam as cinzas, cinzas soltas ao vento ou então, cinzas que viram Fénix renascida, ou seja, o Amor. A paixão é o que é no momento, que estagna no seu período de validade ou cresce para o amor. 

O amor é real, depois de muitos anos em comum, de obstáculos, depois de muita cumplicidade.
Diria até que amar é uma panóplia de sabores, de sensações opostas ao acto de amar, como por exemplo, o medo, a dor, a revolta, a raiva, a rotina...No entanto, se o amor for verdadeiro, é incrível como a capacidade de renascimento, de refazer a vida acontece. A tal Fénix Renascida que mencionei anteriormente!

E amar é sobretudo, quando chegamos a um patamar de vida, de passar por diferentes fases e revermo-nos na nossa outra metade e vice-versa e ter a noção de que amar é viver uma encenação de contos de fadas, onde somos uma vezes príncipes e princesas, pinóquios e peter pans, ogres e bruxas, mas no The End, chegamos à conclusão de ter passado por uma incrível experiência humana repleta de imperfeições remendadas, mas uma experiência fortalecida pela superação a dois.

Quem confecciona um amor sem o esturricar, sem apostar nas diferentes combinações e explosões de sabores, nunca será o master chef da sua cozinha e não conseguirá realizar aquele prato divino.
O verdadeiro amor não é uma receita perfeita! É refazer uma receita com os ingredientes certos, de criar água na boca, balancear os sabores bons e saborear olhos nos olhos por ti ou em ti!

Dulce Madalena Guarda 


{ O filme "Diário da nossa paixão" retrata bem uma Paixão que cristalizou-se em Amor}

2 de julho de 2014

Histórias (i)reais... TIC TAC o relógio da vida


O maior inimigo entre pessoas que se gostam é o relógio, o tempo!
O tempo passa depressa, e nem dá-se conta dos dias, meses, anos...
Porém, quando o tempo amadurece, é bom recordar quando ainda o tempo era uma semente, e se se tem este sentimento, é porque o passar dos dias, semanas, meses, anos, valeram a pena.

Ao longo dos anos, mudam-se tempos, mudam-se vontades... porque é assim mesmo. 
Para saborear o tempo sem ter a sensação de que o tempo passa só por passar, é necessário procurar horas que sabem a pouco e que enchem-nos a alma.

O ideal de um tempo maravilhoso com história, é cozinhá-lo e temperá-lo com especiarias carregadinhas de cor e sabor, inventar ou reinventar uma receita com factos e, abolir o "se" do relógio da vida.

E também os ponteiros do relógio marcam o que é bom, e as badaladas que soaram boas, o tempo não leva nem apaga e engrandece uma amizade, uma relação... E assim, por cada rodada de minutos diários, o tempo conquista proximidade, lucidez, loucura boa, cumplicidade, tolerância, compreensão, carisma... 
É porque...
Numa amizade sem "se", os ponteiros do relógio andam cúmplices na sua rotação.
Numa relação sem "se", os ponteiros incendeiam a vontade louca de estar junto.
Num amor sem "se", os ponteiros marcam os anos da exclamação de um bom e inesperado - "Já!"

Anos, meses, semanas, horas, minutos, segundos...
O nosso Tic Tac é atómico. Nada o faz atrasar nem adiantar. Vibramos em uníssono, porque os nossos ajustes são precisos e os nossos átomos vibram biliões de vezes por segundo. E é por isso, que o nosso relógio, os nossos Tic's e Tac's não atrasam nem adiantam. Os nossos ponteiros são independentes, mas estão sempre lado a lado e, a nossa hora encontra-se ao mesmo tempo no tempo certo.

Ao longo de 21 anos em comum, as piores horas sem ti, foram as tuas ausências continentais. Aí o tempo não passava, massacrou como se um dos ponteiro estivesse quebrado!
No entanto, o relógio da vida mostrou-me que o nosso tempo vibra num ritmo intenso, ficou mais forte, mais desafiador, mais louco, com outro sabor e amar-te é estar contigo minuto a minuto, juntos na saúde e na doença, nos erros e nas alegrias, no trabalho e no prazer...
E tenho a certeza que somos mágicos do nosso tempo, pois todas as horas têm novidades dentro delas ou as inventamos de algum modo. 

A vida já nos deu tanto, já cobrou, já tirou, já ensinou e, por cada segundo, minuto, hora, semana, mês, ano, conseguimos usar um "relógio fotográfico" de album de vida, um "relógio livro" de histórias de vida,  um "relógio de oportunidades" para recordar, fazer e construir.
E por todas as horas que virão, o meu relógio marca o tempo a teu lado, desde o dia 3# para 4# de Julho, num ano de um calendário onde marcava a festa do "Colete Encarnado" e só podia ter sido neste" relógio Lezíriano", cheio de significado para mim, que começámos a escrever a nossa história.
Tic tac, tic tac, TiC TaC, tIc tAc, TIC TAC... És o relógio da minha caixa de pandora.


Dulce Madalena Guarda