A
vida é uma arena em forma de coração!
Cheia
ou vazia de gente, público sabedor ou curioso.
Com
sol ou chuva, vento ou calor, os clarins tocam!
Gente rejubila e entra compassada e apressada, porque as cinco da tarde soam.
Um
duelo de inteligência e sentimento fervilham no ar...
Desenham-se
pegadas em sincretismo no ocre da areia, marcam-se linhas perpendiculares,
invocando Deus e o bailado aguarda-se, sereno, altivo ou mortal.
No
centro de um círculo fechado, começa a espera com o silêncio das entranhas a
digladiar-se com a voz do medo.
As
portas abrem-se e a ânsia de querer superar a ansiedade esvai-se por todos os
poros, e em tons de carmim enxuga-se a água do medo que teima em escorrer.
Sombra
negra que abruptamente investe, força que necessita de serenidade para acalmar
tamanho ímpeto.
Entre
figuras vertical e horizontal, pano hirto e duas lanças sombreadas de negro, firme
e seguro, cair, levantar e voltar a cair! Tanda de cinco arrimadas e moldura humana
entregue versus alucinante dor que se crava na carne.
Aconteceu
somente porque o erro é humano.
Há
que revigorar forças, respirar e buscar espírito para as pernas ganharem vigor
e lançarem-se outra vez, no jogo de vida, onde as regras existem, mas nem
sempre nas mãos do auto-controlo.
Há
terrenos onde não se deve pisar. Há ventos que carregam a angústia do destino e
onde o bailado de vida ou morte é traçado certo.
Sobrevivência,
entrega, sã e pura. Vitoriosas ou não...são momentos!
De
sapatilha, a pé, percorre o caminho do fracasso, mas ousadamente falha em alma de
esperança.
Do
alto, vislumbre de vitória, percorre o caminho da glória, entre afagos e
júbilo de porta grande.
Assim
é a vida!
Um
jogo, com erros e alegrias gravados na massa física e
do espírito.
Com o vento de Sul ou de Norte e força para continuar, com o coração
compartido entre um adeus, um sorriso, a verdade, a derrota, a vitória...
Acreditar
que tudo vai mudar, abrir a capa ao vento despregado do amor e não temer o
futuro, a mentira e injustiça acutilantes.
Lancear
com um sorriso quando o grito interior confronta-se com as dores do mundo.
E
dar a volta à arena, agraciando as palmas e os urros da verdade sincera e da
verdade mascarada para que se acredite que tudo pode mudar.
A
vida ensina a estocar e a indultar quem se ama, de adorno educado falseado, à diferença pela indiferença, de silenciar, para ouvir o bafo
quente do irracional, de pisar certo e não cruzar os errantes terrenos do oponente
e aprender que sempre há melhor para triunfar.
Madalena Guarda ♥
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