Falar e agir honestamente,
hoje em dia não é qualidade, é defeito.
Muita das vezes, ou se
é inconveniente, do contra, ou louco, por ser verdadeiro e autêntico. Apesar
de tudo, entre a mentira e a verdade, escolho a
verdade a ficar comigo. Aprendi a temperar a vida com a verdade.
Na busca incessante
pelo ideal de ser uma pessoa perfeita, há também a mania de agradar a todos em
alto índice de bondade, partilha e comunhão generalizada. Seria magnânime sim,
mas se o ser humano fosse perfeito.
No entanto, há pessoas
boas, sem interesses camuflados, pessoas de boa índole, de verdade e, que fazem
crer que poderá haver salvação para um mundo melhor.
E quem são essas
pessoas?
São aquelas que se
mantêm no anonimato, que não necessitam de espalhar a grandiosidade dos seus
actos. Simplesmente fazem sem esperar “remuneração”. Não se embelezam no
Facebook e noutras redes sociais, na televisão como um spot publicitário,...
Eu até já apareci num
canal de televisão. Há vinte anos atrás, uma vivência do passado adolescente até ao
presente mas sem auto-promoção. E ainda este fim-de-semana, o mesmo canal,
veio até à terra onde ainda resido, e mais uma vez mas noutra vertente, devia
aparecer. Mas fiquei com a verdade, longe da terra e da frente da televisão. Se
não gosto, porque teria de agradar, participar e ficar?!
No colégio do Martim,
dia do fotógrafo tirar as fotos de Natal. Se não usamos as fotos, nem o M gosta
de ser modelo fotográfico, porquê assinar “autorizo o meu filho a ser
fotografado”?
Porquê ao sermos
verdadeiros, podemos desagradar? E já conheceu aquela pessoa que diz ser uma
coisa e é outra?
Daquelas que são contra
os maus-tratos a animais, mas se vêem uma criança a pedir na rua, ignoram-na; Ou pessoas
que são contra as touradas, mas usam casaco de peles e sapatos de couro, adoram
arroz de cabidela e chouriço de sangue; Que tem um ou dois empregos, vive em
casa e à custa dos pais, e acusa o vizinho desempregado de ser mau pagador? Ou
usam roupas de marca, carros topo de gama, jóias e, às refeições dão aos filhos
ovos fritos com salsichas enlatadas e roupa sintética da banca da feira.
Pois é! Elas estão por
todo o lado.
O politicamente correcto
irrita-me profundamente. Cansada de gente boazinha, que vai à missa, tem os
filhos na catequese e pratica o Inferno, que falam bem pela frente e
por trás das costas são profundas catanadas. Farta de gente que aponta o dedo
nos bastidores e que em palco, são sorrisos e abraços; De gente de paz e amor,
e em voz off, é apontar defeitos aos outros, sendo eles o cúmulo da iluminação
do samadi; Farta de pessoas que agradecem a Deus no Facebook, sabendo de antemão
que Deus não o usa e graças a Deus que não.
Ninguém é perfeito e
devemos assumir que temos problemas, no trabalho, com alguém, o que seja. Agora,
deixar de sermos quem somos só para agradar ou sermos alguém que não somos, só
para ficar bem na fotografia! Isso não! Acho solitário e triste mentir para nós
mesmos.
Contudo, sei que há pessoas
boas, fantásticas e que juntas podem fazer a mudança. Afinal a união faz a
força.
Agora, quanto à outra
facção, não mudam e nem fazem para isso. Porquê trocar a falsa ribalta, de fácil
construção, pela pura verdade pacata? Embora se possa enganar o mundo com a
ilusão, teremos sempre de viver com quem nós somos realmente.
E no Natal? Na quadra
que se avizinha, antes de curtir uma campanha de solidariedade como se a fosse
fazer na realidade, questione o seu coração se é isso mesmo que vai fazer de
verdade ou se é apenas para Facebook ver. Não engane o seu coração bom, pois o
que o seu coração vai receber de presente é o vazio da mentira.
Eu sei que não posso
mudar o mundo, mas posso mudar a mim própria. Seja autêntico, doe a quem doer,
custe o que custar.
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Numa sociedade sustentada pela mentira, qualquer expressão da verdade é vista como loucura. Emma Goldman
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