4 de junho de 2013

Pergunto eu... A vida necessita de pausas?


Accionar o botão!

É raro o dia que falto ao culto da pausa.
Uns dias mais longa, outros dias mais curta, mas acciono a PAUSA.
Há um dia que tudo faz pausa! A corrente da água do rio, as ondas do mar, o vento nas silvas, o sol que se esconde por entre as nuvens, o arco-íris antes da chuva intensa, o cão que corre ao lado do dono, o gado que pasta no cume do planalto, o pastor que guia o rebanho, a erva que vira fardo no meio do campo, o trigo que deambula na planície, as nuvens que desenham a sua sombra nas cearas, os pirilampos que dançam à luz da lua, a coruja que pia no alto do eucalipto, a cobra que procura abrigo na pedra quente, o coaxar mais trinado das rãs, o milhafre no seu planar, a pulga que procura um novo hóspede, as formigas que trabalham para o Inverno, a cigarra que canta com o calor, o caracol na sua longa caminhada, os seixos que se deixam levar pela corrente da água doce, os patos bravos que fazem o ninho, a doninha que alimenta a sua prol, o ouriço caixeiro que procura alimento, os ratos que roubam as nozes da quinta,... e tudo porquê? 
Para dar e receber os aplausos na pausa. Os aplausos por tão belos momentos da Mãe Terra.

Será que já pensámos que na vida, é preciso pausas para saboreá-la?!
Até a pauta de uma música tem pausas.
Até o relógio tem pausas, basta programá-lo.
Pausa é um compasso de espera que prepara o andamento seguinte.

Na minha pausa, gosto de cultivá-la a capturar momentos da natureza em foto e som, de correr a ouvir música dando ritmo na passada, de dar vida a papel branco com riscos, da pausa de um ásana, numa viagem, num café em boa companhia, oxigenar a mente com um bom livro, lavar os olhos em lojas bonitas, conversar com pessoas desconhecidas e interessantes, mimar o meu Martim e vê-lo crescer a aprender, soltar a criança que há em mim com a minha frenchie, andar de bicicleta contra o vento, inventar uma refeição, rezar a cantar, mergulhar na água doce ou salgada depois de um esforço revigorante, bailar por flamenco até os poros chorarem de paixão, desfrutar do green com o meu cúmplice de tacadas, calçar as minhas botas de campo e empoeirar-me na terra mágica e do mais puro deleite de perder a noção do tempo... 


Que bom será um dia, eleger uma ou duas pausas e permanecer lá, por tempo indeterminado até ordem de regresso.
 Até lá, "pauseando" será o verbo de acção.



Sem comentários:

Enviar um comentário